Análise às Equipas — La Vuelta ciclista a España

Jumbo-Visma vs Resto do Mundo.

Análise às Equipas — La Vuelta ciclista a España
La Vuelta ciclista a España

AG2R Citroën Team

AG2R Citroën Team

A AG2R não vai repetir o sucesso do Giro e do Tour — vitórias de Paret-Peintre em Itália e Felix Gall no Tour —, isso é garantido. Este lote de corredores não entusiasma ninguém. O Jurdie diz que o objetivo principal da equipa é conquistar etapas, mas sinceramente não estou a ver isso acontecer apesar de haver um par de corredores com capacidade para tal, num dia muito bom.

Geoffrey Bouchard sabe andar nas montanhas espanholas, já foi o rei da montanha em 2019 e quem sabe se não quererá repetir o feito. Andrea Vendrame, dada a escassez de sprinters, pode almejar a bons resultados nos dias mais rápidos. Dorian Godon brilhou na Flèche Brabançonne, mas foi uma nulidade no resto da temporada. Nicolas Prodhomme fechou pódio no Tour de l'Ain recentemente e tem aqui uma oportunidade para se mostrar.

Mikaël Cherel faz a sua última grande volta da carreira. O veterano de 37 anos, um histórico da AG2R, vai encerrar a sua carreira no final do ano. Por outro lado, Paul Lapeira faz a sua estreia em três semanas. Atenção a este miúdo, foi 4.º na Polynormande há uns dias. Damien Touzé e Larry Warbasse completam o bloco da equipa francesa.

Bitaite falso plano: Um ou outro top-5 em etapas.

Alpecin-Deceuninck

Alpecin-Deceuninck

A Alpecin venceu etapas ao sprint no Giro — uma, com Groves — e no Tour — quatro, com Philipsen — e vai querer repetir o sucesso aqui na Vuelta. Kaden Groves, que limpou a etapa 5 em Itália é a o destaque da equipa e tem um comboio dedicado a si, tal como sucedeu na Volta à Itália. O australiano também sabe o que é vencer na Vuelta — bateu Van Poppel e Merlier em Cabo de Gata na última edição.  A Alpecin volta a repetir a receita que tem dado resultados nas últimas grandes voltas. O comboio do australiano é composto por Edward Planckaert, Jimmy Janssens, Samuel Gaze, Maurice Ballerstedt e Robbe Ghys.

Tobias Bayer e Jason Osborne são as cartas da equipa para as fugas de média montanha.

Bitaite falso plano: Kaden Groves vence uma etapa pela terceira GV consecutiva.

Astana Qazaqstan Team

Astana Qazaqstan Team

A Astana vai à Vuelta para (tentar) caçar etapas. A equipa cazaque soma 9 triunfos em 2023, mas nenhum dos selecionados picou o ponto. Têm aqui 21 oportunidades. Luis León Sánchez, aos 39 anos, vai participar na sua terceira grande volta do ano — 24.º no Giro e não terminou a Volta a França.

Samuele Battistella destacou-se na última edição apesar de não ter conseguido nenhuma vitória e acredito que possa aparecer a um bom nível apesar da época fraquinha. Joe Dombrowski sabe o que é ganhar em grandes voltas e pode surpreender nas etapas com chegada em alto.

David De La Cruz é candidato ao top-15 e o jovem Javier Romo — 7.º em Burgos na semana passada — faz a estreia em grandes voltas, mas acredito que pode intrometer-se no top-20 final. Fabio Felline, que vai regressar à Trek em 2024, tem estado a fazer uma temporada muito discreta. Vadim Pronskiy e Andrey Zeits são os cazaques da equipa de Vinokourov.

Bitaite falso plano: Battistella vai estar muito perto, mas volta a não picar o ponto.

Bahrain - Victorious

Bahrain - Victorious

A Bahrain tem dois líderes estipulados à partida: Santiago Buitrago e Mikel Landa. O espanhol tem aqui a última oportunidade para liderar em três semanas, para o ano vai ter de estar ao serviço de Remco Evenepoel. Depois se na entrada para a segunda semana o líder for Damiano Caruso, não se surpreendam, não é nada a que não estejamos habituados. São três nomes fortíssimos aos quais ainda se junta Wout Poels, que triunfou recentemente na Volta a França.

Antonio Tiberi, de apenas 22 anos, volta a participar na Vuelta, mas desta vez com as cores da Bahrain, depois de ter sido despedido da Trek por praticar tiro ao alvo utilizando um gato de um ministro como alvo. Será que vai ter tanta pontaria para acertar nas fugas certas?

Ainda há espaço para atacar os sprints. O esloveno Matevž Govekar vai ter essa responsabilidade, lançado por Jasha Sütterlin e Kamil Gradek.

Bitaite falso plano: Fiasco na geral, mas o Buitrago vence uma etapa.

BORA - hansgrohe

A BORA apresenta um bloco com fortes aspirações à geral, legítimas, na minha opinião. Aleksandr Vlasov aparece numa forma muito boa — 3.º em San Sebastián e 2º em Burgos — e conta com nomes muito competentes para a alta montanha.

O alemão Lennard Kämna ultimamente tem tentado alguns bons resultados em classificações gerais — com algum sucesso, diga-se — mas a versão que eu mais gosto nele é a de caçador de etapas. Para mim, é um dos melhores do mundo nessa vertente. E quando concilia essas aventuras com a função de gregário em alta montanha torna-se um dos melhores corredores do mundo em provas por etapas.

O belga Cian Uijtdebroeks, vencedor do Tour de l'Avenir em 2022, é uma das maiores promessas mundiais em termos de provas por etapas. Este ano não vacilou nas provas WT — 9.º na Catalunha, 6.º na Romandia e 7.º na Suiça. Aqui é a sua estreia em três semanas.

Emanuel Buchmann é mais um nome forte para a montanha. O campeão alemão tem feito uma temporada muito regular e esteve magistral no Tour, principalmente na primeira semana. Sergio Higuita não tem estado ao seu melhor, mas "salvou" a época com a vitória em Amorebieta, na Volta ao País Basco. O seu último e único triunfo na Vuelta foi em 2019, já lá vão quase 4 anos. Temos saudades tuas, Higuita.

Nico Denz brilhou no Giro com duas vitórias — etapas 12 e 14. Ben Zwiehoff tem estado muito forte ultimamente — 7.º na Eslovénia e 2º na Chéquia. Jonas Koch é o outro alemão da equipa germânica.

Bitaite falso plano: Top-10 para Vlasov e Uijtdebroeks. Kämna e Higuita vencem uma etapa cada um.

Cofidis

Cofidis

A Cofidis apresenta uma equipa interessante para atacar a vitória em etapas. Jesús Herrada já conquistou duas na Vuelta — uma delas na última edição, em Cistierna — e é um dos principais nomes da startlist para as fugas na média montanha. Remy Rochas é outro nome interessante para a montanha. O francês não está a andar mal, vem de um 8.º na geral do Tour du Limousin.

Bryan Coquard esteve em bom plano no Tour e vai tentar conquistar a sua segunda vitória de sempre no WT — venceu a primeira este ano, no Tour Down Under. O francês conta com o italiano Davide Cimolai para o lançar e com o português André Carvalho para o guiar nas etapas mais rápidas.

O veterano José Herrada, François Bidard e Rubén Fernández completam o bloco da Cofidis.

Bitaite falso plano: Mais uma grande volta muito positiva: vitórias para Herrada e Coquard!

EF Education-EasyPost

EF Education-EasyPost

A EF não conseguiu recuperar Carapaz a tempo e avança com Hugh Carthy para atacar o top-10 e quem sabe algo mais. O britânico já fechou o pódio em 2020, mas desde aí baixou o nível. O 2.º lugar no Tour dos Alpes é o único resultado relevante do chefe de fila da equipa americana em 2023.

Quem também não sobe mal é a dupla sul-americana Jonathan Caicedo & Diego Camargo. O que não quer dizer que subam suficientemente bem para safar uma etapa. Dois nomes com potencial para bons resultados devido às suas boas pontas finais são Andrea Piccolo e Sean Quinn, dois jovens que fazem a estreia em grandes voltas.

Para o contrarrelógio contam com Stefan Bissegger e para os sprints o escolhido é Marijn van den Berg, lançado pelo seu irmão Julius van den Berg.

Bitaite falso plano: Marijn van den Berg salva a Vuelta para a EF com uma vitória.

Groupama - FDJ

Groupama - FDJ

A Groupama - FDJ apresenta um bloco jovem e muito entusiasmante, na minha opinião. Vou ter especial atenção a estes jovens e espero que as minhas expectativas não saiam goradas. Romain Grégoire vai ser a estrela do ciclismo francês nos próximos anos. O prodígio de 20 anos já venceu os 4 Dias de Dunquerque e o Tour du Limousin, isto nesta que é a sua temporada de neo pro. O outro miúdo francês de 20 anos que destaco é Lenny Martínez. Um super trepador que já triunfou no Challenge do Mount Ventoux. Segurem-no no Angliru.

Michael Storer brilhou aqui há dois anos quando ainda estava na DSM: venceu duas etapas e levou a camisola da montanha para casa. Desde aí tem estado na sombra até que no último mês reapareceu e venceu o Tour de l'Ain e fez pódio no Tour du Limousin. Está de saída para a Tudor. Rudy Molard é o mais experiente da equipa e também está a andar bem ultimamente — 2.º nos campeonatos nacionais e 4.º no Tour de l'Ain.

Os jovens britânicos Samuel Watson e Lewis Askey vão ser uma dupla perigosa nas chegadas mais rápidas. Lorenzo Germai e Clément Davy completam a seleção da FDJ.

Bitaite falso plano: 3 semanas muito positivas dos miúdos mas quem leva a etapa é Michael Storer. Lenny Martinez termina no top-15!

INEOS Grenadiers

INEOS Grenadiers

A INEOS apresenta um dos blocos mais fortes na teoria. O chefe de fila é Geraint Thomas, 2.º classificado na última edição do Giro, e tem como objetivo repetir esse pódio, pelo menos.

Thymen Arensman, 6.º classificado e vencedor da etapa da Sierra Nevada em 2022, não se tem conseguido assumir nesta equipa, mas espera-se que seja o último escudeiro do seu líder nas etapas mais duras. Fez um Giro em crescendo, onde acabou por finalizar em 6.º na geral.

A recuperação de Egan Bernal tem superado todas as expectativas e, fazer a Vuelta depois de ter terminado o Tour, é sinal que se sente bem fisica e mentalmente. Gostava de o ver tentar ganhar uma etapa.

Filippo Ganna, recentemente vice-campeão mundial de contrarrelógio e campeão do Tour da Valónia há pouco tempo, apresenta-se em boa forma. Vai ser peça fundamental no contrarrelógio por equipas inicial e tem a etapa 10 para desforrar-se de Evenepoel — perdeu no Giro e no mundial.

Laurens De Plus (10.º no Giro), Omar Fraile e Jonathan Castroviejo (15.º no Tour) são gregários de grande categoria e que já performaram a um nível muito alto nas grandes voltas deste ano. Kim Heiduk faz a sua estreia em três semanas.

Bitaite falso plano: Thomas fecha top-5 e Thymen Arensman conquista uma etapa na última semana e termina dentro do top-10. Vencem o contrarrelógio por equipas mas Ganna volta a perder para Remco no esforço individual.

Intermarché - Circus - Wanty

Intermarché - Circus - Wanty

A Intermarché vai a Espanha para tentar caçar etapas e limpar a fraca imagem deixada no Tour. Rui Costa e Rune Herregodts são especialistas nas fugas e vão ter muitas chances para se estrearem a vencer na Vuelta.

Gerben Thijssen é um dos melhores sprinters presentes e tem uma oportunidade de ouro para conquistar a sua primeira etapa numa grande volta. Hugo Page é o backup de Thijssen para as etapas ao sprint mais selectivas. O francês chega motivado depois do triunfo na última etapa do Tour du Limousin.

O Kobe Goossens do início da temporada também limpava uma fácil e o veterano Rein Taaramäe vai estar de olho em oportunidades para triunfar pela 3.ª vez na Vuelta. O experiente Boy Van Poppel e o jovem Julius Johansen são mais dois para ajudar.

Bitaite falso plano: Rui Costa vence novamente em Espanha em 2023!

Jumbo-Visma

Jumbo-Visma

A Jumbo-Visma vai tentar o feito inédito no ciclismo masculino de tentar conquistar as três grandes voltas no mesmo ano. Primož Roglič conquistou o Giro pela primeira vez e Jonas Vingegaard fez o bis no Tour. Ambos estão a fazer uma temporada fantástica: o esloveno venceu todas as provas em que participou — Tirreno, Catalunha, Giro e Burgos — e o dinamarquês só falhou o triunfo no Paris-Nice — arrasou no Gran Camiño, País Basco, Dauphiné e Tour.

Sepp Kuss é o melhor gregário de montanha do mundo — atrás de Fausto Masnada, claro — e vai fazer a sua terceira grande volta do ano. Foi fundamental nas conquistas do Giro e do Tour e a Jumbo não abdica dele para o ataque à Vuelta. Está a ser espremido ao máximo, resta saber se ainda vai dar sumo na terceira semana.

Wilco Kelderman é um corredor experiente em três semanas e tem palmarés na Vuelta — já fez três top-10 na geral, entre 2017 e 2019. Attila Valter participa na primeira grande volta do ano, mas tem demonstrado muita capacidade e sintonia com os seus líderes nas provas de uma semana. Chamada mais do que merecida.

Dylan van Baarle e Jan Tratnik são dois motores potentíssimos e vão ser fundamentais para ajudar a equipa a controlar as etapas. Robert Gesink, que envergou a roja no último ano, é o capitão de estrada.

Bitaite falso plano: Duas vitórias para Vingegaard e outras duas para Roglič, que fazem 1-2 na geral. O dinamarquês leva para casa a camisola da montanha e o esloveno a dos pontos. Sepp Kuss termina a 3ª grande volta do ano no top-15!

Movistar Team

Movistar Team

E vão quatros anos consecutivos para a Movistar com o segundo classificado na geral final: Alejandro Valverde em 2019, Richard Carapaz em 2020 (com o equipamento da INEOS vestido) e Enric Mas em 2021 e 2022. Este ano não se afigura fácil conseguir um lugar no pódio, a concorrência é fortíssima e Enric Mas, que lidera a equipa mais uma vez na Vuelta, está a fazer uma temporada abaixo do normal e não o vemos na estrada desde o dia 1 de Julho em Bilbao, quando foi forçado a abandonar a Volta a França logo na etapa inaugural.

Ruben Guerreiro, Einer Rubio e Carlos Verona são três homens fortes na montanha e que também estarão de olho em algumas etapas. O português começou bem a temporada com a vitória no Saudi Tour e com o pódio n'O Gran Camiño, mas desde aí tem estado discreto. Dos três, o colombiano é o que está a fazer a melhor temporada: venceu no UAE Tour, no Giro e acabou de fazer um sólido 5.º em Burgos.

Oier Lazkano está a fazer uma temporada fantástica — soma já quatro triunfos entre outros bons resultados — e anseio por vê-lo nas fugas nas próximas semanas. Pica o ponto pelo menos uma vez!

Nélson Oliveira é o experiente maquinista da locomotiva, Iván García Cortina é o homem rápido e Jorge Arcas é o fiel aguadeiro.

Bitaite falso plano: Mas termina no top-10. Oier Lazkano, sem surpresa, estreia-se a vencer em grandes voltas.

Soudal - Quick Step

Soudal - Quick Step

A Soudal - Quick Step tem um objetivo muito simples para esta edição da Vuelta: revalidar o título de Remco Evenepoel. O belga encontra-se em estágio em altitude, vamos ver como se aguenta no Tourmalet e no Angliru. O suporte não é tão forte como a Jumbo, UAE e INEOS. Louis Vervaeke e Pieter Serry são corredores da confiança de Remco e contribuiram para o sucesso na última Vuelta. Também fizeram parte do bloco que foi ao Giro.

Jan Hirt foi contratado à Intermarché depois do fantástico Giro em 2022 — etapa e 6.º na geral —, mas tem desiludido em toda a linha. Na sua melhor forma pode ser muito útil a Evenepoel na terceira semana.

Mattia Cattaneo e James Knox são nomes competentes na montanha e Andrea Bagioli e Casper Pedersen merecem a chamada depois das boas prestações recentemente, mas fica a sensação que fica a faltar alguma força para as etapas mais duras. Surpreende a ausência de Van Wilder.

Bitaite falso plano: Remco Evenepoel vence o contrarrelógio e fecha o pódio final.

Team Arkéa Samsic

A Arkéa apresenta um bloco interessante para atacar todas as frentes. Kévin Vauquelin faz a sua estreia em grandes voltas, mas tem a confiança da equipa para liderar. O corredor francês de 22 anos é muito completo e tem imenso potencial, vamos ver como se aguenta ao longo das três duras semanas.

Cristián Rodríguez está a fazer uma temporada muito positiva e vai estar atento às oportunidades para tentar conquistar uma etapa na Vuelta pela primeira vez. Élie Gesbert é outro que tem estado a andar bem nos últimos tempos e vai dividir as suas lides entre o suporte ao seu chefe de fila e a busca pela glória pessoal.

Hugo Hofstetter é o homem rápido da equipa, passa bem as dificuldades e tem uma boa ponta final. Ainda não picou o ponto em 2023. Michel Ries, Kévin Ledanois, Łukasz Owsian e Mathis Le Berre são os gregários da equipa francesa, sendo que o último faz a sua estreia em provas de três semanas.

Bitaite falso plano: Vauquelin termina a sua primeira grande volta no top-15.

Team Jayco AlUla

Team Jayco AlUla

A Jayco vai atacar a geral da Vuelta com a mesma dupla do Giro. Eddie Dunbar, 7.º no Giro e recentemente 7.º na Polónia, tem feito por merecer a confiança da equipa que volta a apostar nele para três semanas. Para repetir o top-10 — ou algo mais — conta com o suporte de Filippo Zana. O italiano brilhou na terceira semana do Giro, vencendo no Val di Zoldo, e entretanto conquistou a Volta à Eslovénia.

Outro italiano que não tem andado mal é o Matteo Sobrero, que saiu do armário e está a fazer a transformação de contrarrelogista para trepador. Por falar em roladores, a equipa conta com os australianos Callum Scotson e Michael Hepburn. Jan Maas faz a sua estreia em grandes voltas.

Felix Engelhardt, alemão de 23 anos, ficou em 2.º na Vuelta a Castilla y Leon, também vai ter a sua primeira experiência em três semanas, tal como o jovem etíope de 21 anos Welay Berhe, que tem mostrado competência a subir.

Bitaite falso plano: Repetição do Giro: Dunbar volta a ficar dentro do top-10 e Zana vence uma etapa na terceira semana.

Team dsm - firmenich

Team dsm - firmenich

A DSM entra em campo com quatro estreantes em grandes voltas! Max Poole, britânico de apenas 20 anos tem impressionado nas corridas por etapas — o 4.º na Romandia e o 13.º no Dauphiné antevêm um futuro risonho. Oscar Onley, também com 20 anos, é compatriota do Max Poole e também tem surpreendido em corridas de uma semana. Por várias vezes esteve perto de triunfar, tem uma ponta final muito perigosa. Lorenzo Milesi, italiano de 23 anos, é o atual campeão do mundo de contrarrelógio em sub-23. O outro estreante é Sean Flynn.

Alberto Dainese é o sprinter da equipa. Picou o ponto nas últimas duas edições do Giro e aqui a concorrência é escassa. E as oportunidades também.

Romain Bardet venceu uma etapa em 2021 em Pico Villuercas e vai querer repetir o feito. Na minha opinião, faz bem em abdicar da geral e tentar lutar por vitórias. Conta com o suporte de Chris Hamilton na montanha. O homónimo de Bardet, Romain Combaud, completa o 8 da equipa neerlandesa.

Bitaite falso plano: Dainese vence um sprint e Max Poole termina no top-15.

Lidl - Trek

Lidl - Trek

A Lidl - Trek não leva nenhuma das sua principais estrelas a Espanha. Juan Pedro López tem feito uma temporada fraquinha — em 45 dias de corrida, nem um top-10 para amostra — mas é o corredor da equipa com responsabilidades para a geral. Top-15?

Bauke Mollema está em declínio, já nem em San Sebastián conseguiu brilhar — foi 50.º — mas o 8.º lugar na Valónia deixa no ar a esperança de conseguir uma fazer uma gracinha aqui. Kenny Elissonde por norma anda bem na Vuelta e vem de um 2.º no Tour de l'Ain. Podiam tentar lutar pela montanha.

Edward Theuns tem a responsabilidade de assumir os sprints. Julian Bernard, Amanuel Ghebreigzabhier, Jacopo Mosca e Otto Vergaerde são os restantes elementos da equipa presentes.

Bitaite falso plano: Não vão fazer nada relevante.

UAE Team Emirates

UAE Team Emirates

Este ano a UAE Emirates já meteu três corredores nos dois pódios das grandes voltas — Almeida no Giro e Pogačar & Yates no Tour — mas ainda não conseguiu a vitória final. Aqui o objetivo passa por, no mínimo, colocar um ciclista nos três primeiros. E têm dois ciclistas com essa capacidade: João Almeida & Juan Ayuso. Ambos contam com pódios em grandes voltas no palmarés.

Jay Vine brilhou na edição do ano passado com duas vitórias e só não conquistou a montanha porque teve de abandonar na última semana. Começou bem o seu percurso na UAE, com a vitória no Tour Down Under mas a partir daí não tem encantado. Espera-se que seja o Sepp Kuss de Almeida e Ayuso. Marc Soler é outro corredor forte na montanha e que parece estar finalmente bem amestrado, dêm-lhe uma ou duas etapas para ele se divertir e ele faz o seu trabalho nas restantes. Finn Fisher-Black, neozelandês de 21 anos, vai fazer a sua estreia em grandes voltas.

Juan Molano é o sprinter da equipa. Venceu em Madrid em 2022 e chega motivado com a vitória em Burgos. Os irmãos Ivo Oliveira &* Rui Oliveira voltam a estar presentes nesta competição.

*Ivo Oliveira não vai estar presentar devido a doença. O trepador esloveno Domen Novak substituirá o português.

Bitaite falso plano: João Almeida termina no top-5. Ayuso rebenta, mas ainda vai buscar a etapa do Angliru.

Lotto Dstny

Lotto Dstny

A Lotto tem como objetivo a conquista de etapas e para tal conta com alguns corredores com pergaminhos para tal. O experiente Thomas De Gendt ainda não venceu este ano e vai fazer a primeira grande volta da temporada. Já triunfou por oito vezes em Espanha, incluindo uma etapa na Vuelta em 2017, um ano antes de levar para casa a camisola da montanha.

Lennert Van Eetvelt é um jovem asmático de 22 anos com muito potencial e que já ganhou algumas corridas neste ano de estreia nos elites — duas etapas e geral no Alpes Isère Tour e etapa no Tour de Sibiu, onde foi 2.º na geral. Conta também com pódios nas clássicas espanholas e no Tour dos Alpes Marítimos.

Andreas Kron tem uma série de bons resultados este ano, mas ainda não conseguiu triunfar. Por norma anda bem nas estradas espanholas. Milan Menten é o sprinter da equipa, está a ter uma temporada de estreia na Lotto muito positiva, com uma série de pódios e com a vitória na Le Samyn. Passa bem as dificuldades e a concorrência não mete medo, pode vencer uma etapa.

Eduardo Sepúlveda — vencedor da Vuelta a Castilla y Leon há umas semanas —, Jarrad Drizners, Sébastien Grignard e Sylvain Moniquet são os restantes elementos da equipa belga.

Bitaite falso plano: Thomas De Gendt vai ensinar à malta mais nova como se faz e conquista uma etapa de fuga.

TotalEnergies

TotalEnergies

Bem, vendo bem as coisas se calhar a AG2R não é a pior equipa do WT aqui presente. Há outra equipa francesa que consegue baixar ainda mais as expectativas. Falo da TotalEnergies, claro. E é que nem uma foto decente da seleção meteram...

Os nomes que dão alguma esperança de fazer uma boa classificação geral — leia-se top-15 —, são Pierre Latour e Steff Cras. O francês já venceu uma etapa em 2016, quando bateu Atapuma no Alto de Aitana. A forma do belga é uma incógnita — não corre desde que abandonou o Tour ainda na primeira semana.

Dries Van Gestel está a fazer uma temporada em crescendo, ainda assim sem conseguir nenhum resultado que faça jus àquilo que esperamos dele, pelo que já vimos em anos anteriores. Geoffrey Soupe e Thomas Bonnet brilharam no Ruanda e sobre Paul Ourselin e Fabien Doubey não tenho nada a dizer.

Bitaite falso plano: Uma mão cheia de tops-10 na melhor das hipóteses.

Burgos-BH

Burgos-BH

Fugas, fugas e mais fugas. É isto que espera da Burgos. Quem ainda se lembra da etapa 5 da edição de 2019? A que terminou no Observatorio Astrofísico de Javalambre? Essa mesmo! A mítica etapa em que a Burgos fez 1-2 na Vuelta, com Ángel Madrazo e Jetse Bol. Bons tempos! O neerlandês de 33 anos está presente mais uma vez.

Daniel Navarro, veterano espanhol de 40 anos, é o atleta mais velho em prova. Por outro lado, o mais jovem da equipa é o 3.º classificado do GP Beiras e Serra da Estrela, Pelayo Sánchez. Eric Fagundez, 2.º no Tour of Qinghai Lake, é um dos 58 estreantes na Vuelta, o único dentro da Burgos.

Cyril Barthe teve o seu ponto alto da temporada em Estremoz, quando bateu Francisco Guerreiro e Orluís Aular na etapa 3 da Volta ao Alentejo. José Manuel Díaz é outro que também já brilhou em Portugal neste ano, venceu a etapa de Torres Vedras no Troféu Joaquim Agostinho.

Jesús Ezquerra e Ander Okamika fecham o 8 da equipa burguesa.

Bitaite falso plano: Muitas horas de primetime.

Caja Rural - Seguros RGA

Caja Rural - Seguros RGA

Da Caja Rural espera-se uma participação regular nas fugas do dia. Orluis Aular é o corredor com melhor probabilidade de sucesso. A sua ponta final permite sonhar com uma vitória na fuga certa. O campeão venezuelano venceu a Clássica da Arrábida e é o bi-campeão da Volta ao Alentejo.

Jon Barrenetxea e Abel Belderstone são dois jovens de 23 anos que fazem a estreia na Vuelta. O segundo só perdeu para Artem Nych no GP Beiras e Serra da Estrela. Michal Schlegel é um checo de 28 anos que esteve bem recentemente no Troféu Joaquim Agostinho onde foi 4.º atrás do trio da Glassdrive.

Fernando Barceló, Jefferson Cepeda, David González e Joel Nicolau são os restantes elementos do bloco espanhol.

Bitaite falso plano: Aular quase vence uma etapa, mas vão ficar pelo quase.