Antevisão Etapa 1 — Tour de France
Um-dó-li-tá. Três sprinters, uma vitória, uma camisola amarela.

O percurso
Yay, malta, o primeiro líder da prova vai ser um sprinter. Algo que não acontece desde que em 2020, Alexander Kristoff, o Stavanger Stallion, venceu em Nice. Ora aí vem outra oportunidade. As três montagens de quarta categoria vão servir para definir o primeiro camisola das bolinhas, mas é isso, nada, a não ser que Tadej… Estou a brincar. Nada. Vai ser ao sprint. Até a história o indica. Esta é a décima nona vez que Lille, a capital da Flandres francesa, se cruza com a Volta a França, na última delas, em 2014, venceu um senhor que deixa saudades: Marcel Kittel.

O que esperar
Espera-se, naturalmente, um sprint, isso é evidente. Convém no entanto relembrar que os sprints, no Tour, são momentos de perigo para todo o pelotão. Há uma boa notícia: a neutralização dos tempos acontece a cinco quilómetros da meta. Depois podemos respirar, isto para a classificação geral, claro, porque o risco de quedas está lá mesmo. Pode é significar que há mais gente a abdicar e o pelotão fica menos preenchido e, por isso, com mais margem para ultrapassagens e posicionamentos. Mas isto é o Tour, onde os sprints são incomparáveis com qualquer outro lugar do mundo: a preparação começa bem mais cedo, o número de sprinters de qualidade costuma ser maior, os seus comboios idem idem e a sede de vencer é também ela insuperável. Isto tudo para dizer: cautela que a probabilidade de quedas é enorme.
Dentro dos últimos quatro quilómetros há cinco curvas, quase todas de 90 graus, embora as estradas sejam largas e o último quilómetro e meio, mais coisa menos coisa, seja feito sempre em linha recta. Em princípio, haverá tempo para preparar e executar o lançamento ideal.
A vitória vai sair, se nada de extraordinário acontecer, para Philipsen, Milan ou Merlier.
Favoritos
Jasper Philipsen — Tem Van der Poel, o melhor lançador do mundo — entre outras coisas — que terá tudo para deixar Jasper Philipsen no lugar ideal. Isto se for essa a sua missão, também lá está Kaden Groves que o pode fazer, embora com menos jeito, a meu ver, mas a Alpecin pode optar por pedir a Van der Poel que fure e acelere e a Groves que deixa Philipsen na cara da meta. Candidato evidente.
Jonathan Milan — Jonathan Milan e o seu comboio maravilha: Theuns, Consonni e Stuyven. Três mosqueteiros de muita classe neste tipo de missão. E nós sabemos como Milan gosta de sprints longos.
Tim Merlier — Tem sido o mais forte este ano: já leva dez vitórias. No entanto, também é aquele que tem o comboio mais curto em virtude da Soudal apostar as fichas quase todas em Remco Evenepoel, sobram Bert van Lerberghe e Pascal Eenkhoorn — e talvez Cattaneo possa dar uma ajuda na preparação, antes dos quilómetros finais. Se chegarem os três em pé de igualdade aos metros finais, acho que Merlier vence.
A não perder de vista
Dylan Groenewegen — É o quarto na hierarquia dos sprints, a meu ver. E num dia bom… Sabemos como é veloz.
Jordi Meeus — Tem um senhor comboio (pobre Roglič): Danny van Poppel, Mick Van Dijke e Laurance Pithie, mais Moscon na aproximação e posicionamento. Sabe o que é ganhar no Tour e vem de vitória no Copenhagen Sprint.
Apostas falso plano
André Dias — Antes de chegar a Paris, tudo começa em Milan.
Henrique Augusto — Tim canta P'ra ti Merlier.
O Primož do Roglič — Lille, Lidl, é parecido, não? Vai dar Milan.
Miguel Branco — Jasper Philipsen. A caminho da verde.
Miguel Pratas — Jonathan Giallo Milan.
Rogério Almeida — Hype no Meeus, mas ganha o Milan.