Antevisão Etapa 1 — Vuelta a España
Novara que cheguemos a Madrid.
 
                            O percurso
De Torino a Novara, é em Itália, mais especificamente a região de Piemonte que irá sediar as três primeiras etapas da terceira grande volta do ano. É a sexta vez que a prova espanhola começa fora de portas e a primeira vez que arranca da bota da Europa. Poderá ser um momento com alguma carga histórica, pois os ciclistas italianos têm deixado a sua marca ao longo dos anos na Vuelta. Itália é a terceira nação com mais vitórias em etapas, 187, apenas superada pela Bélgica e, claro, a Espanha.
No que diz respeito ao percurso em si, são cerca de 186 quilómetros com uma terceira categoria ao quilómetro 70, La Serra (6.5km - 5.2%), e depois será praticamente plano até ao final da etapa. Dar nota apenas da existência de quatro rotundas nos últimos três quilómetros e meio que podem dificultar e muito o posicionamento das equipas.
E uma curiosidade apenas para os mais nerds. Desde 2007 que a primeira etapa da Vuelta não acaba em sprint. Nesse ano venceu Daniele Bennati da Lampre em Vigo, que acabaria por levar para casa a camisola verde no final da prova. E desde aí, apenas em 2020, a primeira etapa não foi ITT, TTT ou prólogo. O campeoníssimo Primož Roglič triunfou em Arrate na edição em que o esloveno acabaria por conquistar a sua segunda Volta a Espanha em bicicleta.

O que esperar
Aquilo que espero não é bem aquilo que queria. Aqui entre nós a Vuelta é a minha grande volta de eleição então o que queria mesmo era já emoção a partir do início e um daqueles topos à la espanhola, mas não é isso que tenho para vos contar. Fica lá mais para a frente.
Acredito que teremos uma fuga com alguns pinos italianos e espanhóis para tentarem vestir a primeira camisola da montanha com a passagem na subida de terceira categoria. Mas a partir daí os acontecimentos importantes estarão apenas guardados para os quilómetros finais. Perspetivo uma luta de colocações bem acesa entre duas equipas, a Lidl-Trek de Mads Pedersen e a Alpecin de Jasper Philipsen. É claro que a Cofidis de Coquard, a Movistar de Aular, a Picnic com Van Uden, a Israel com Vernon e a INEOS com não sei bem quem também andarão por lá, mas os blocos mais fortes serão o da Lidl e o da Alpecin.
Os últimos três quilómetros e meio serão bem técnicos com a existência das quatro rotundas e a colocação será mesmo crucial. Para bem dos ciclistas e das nossas fantasies esperamos que não existam quedas graves logo na primeira etapa.
Com isto, acredito que o primeiro roja poderá ser Jasper Philipsen, mas espero que não.
Favoritos
Jasper Philipsen — É, claramente, o homem mais rápido em prova e tem um bloco inteiramente dedicado a ele. Mas não tem o seu lançador favorito, Mathieu van der Poel. Se tem obrigação de ganhar? Tem. Se vai conseguir? Já vacilou algumas vezes quando não era previsível.
Mads Pedersen — Se falar do coração, por mim ele ganha sempre. Mas aqui tenho de ser um pouco mais racional e Philipsen é mais rápido que Pedersen. Se o belga falhar, como já aconteceu, o homem da Trek não irá perdoar.
A não perder de vista
Bryan Coquard — Um top-5 numa etapa plana, como esta, eu considero um bom resultado para o francês.
Ethan Vernon — Vai estar na luta pelo pódio.
Orluis Aular — Gosta de finais com alguma dificuldade, mas se estiver na mesma forma que apresentou no Giro pode disputar qualquer etapa por mais plana que seja.
Casper van Uden — Vai ficar com o último lugar do pódio.
Filippo Ganna — A minha aposta para sprintar por parte da INEOS.
Apostas falso plano
André Dias — Doidos por Mads.
Fábio Babau — É disateroso.
Henrique Augusto — Esta grande volta vou estrear-me a tentar mesmo acertar. Menos de 15 em 21 é derrota. Jasper Philipsen.
O Primož do Roglič — Mads Roja.
Miguel Branco — Jasper Philipsen. Se não cair.
Miguel Pratas — Ethan Vernon mostra a roja a Derek Gee.
Nuno Gomes — Vai dar Philipsen... se o meu bruxedo não resultar. Esta era do Mads.
Rogério Almeida — Gasparzinho. O Fantasma Van Uden.
 
             
            