Antevisão Etapa 12 — Giro d'Italia
Sprintalhada que também faz falta à prova.

Rescaldo da Etapa 11
E vamos para a etapa 12, com apenas uma fuga bem-sucedida até agora. É curioso recordar o que se dizia no ano passado sobre Pogačar, que não deixava as fugas chegar e que queria tudo para ele. No entanto, até esta mesma etapa no ano passado, tivemos três fugas vitoriosas, enquanto este ano só tivemos uma, na 8.ª etapa.
Agora vamos até Viareggio, onde temos com 186 quilómetros pela frente até Castelnovo ne' Monti. A tentativa de formar a fuga do dia foi intensa, com um início muito rápido e muitos ataques. Vimos Wout van Aert e Mads Pedersen na luta pela fuga, com Pedersen a insistir e conseguindo mesmo integrar a grande fuga da etapa. Formaram-se vários grupos à cabeça da corrida, mas o pelotão manteve-os sempre sob controlo, sem lhes dar muita margem.
No Alpe San Pellegrino, a fuga chegou a contar com cerca de 30 elementos. Foi lá que Fortunato atacou para conquistar os pontos da montanha, consolidando ainda mais a sua liderança nessa classificação. Estes ataques, foram fragmentando o grupo da frente, selecionando ainda mais os corredores.
Durante a subida ainda tivemos o que pareceu ser um ataque do Bernal, e com resposta pronta do Ayuso e Del Toro — Del Toro teve trabalho a dobrar , pois foi atacado pelos dois Ayusos. Mas deixo em baixo a melhor explicação deste ataque.

Após isto, no pelotão, apesar de ser um pelotão curto, os principais candidatos chegaram juntos ao topo. A fuga foi quase toda apanhada na subida, ficando Fortunato isolado com Bilbao, Quintana, Plapp e Poels atrás dele. Durante a descida juntaram-se os cinco na frente, e seguiram juntos chegando a ter no máximo 2:30 de vantagem. O pelotão teve sempre o grupo controlado.
No pelotão tivemos a várias equipas a trabalhar, entre elas a Trek com o Mads Perdersen, a INEOS e a EF. Até que na última contagem de montanha em Pietra di Bismantova, Carapaz ataca faltando 9 quilómetros para o final, e não mais foi alcançado. Passado 500 metros, Del Toro ainda tentou responder e ir no encalço do equatoriano mas a Bahrain não deixou o mexicano sair, foi aí que a UAE teve de começar a trabalhar, e a queimar os seus ciclistas para não deixar a vantagem do ciclista de EF crescer. Carapaz chegou à meta com 10 segundos de vantagem sobre o pelotão, onde ao sprint Del Toro bateu Ciccone na luta pelo 2º lugar, e ganhou mais 6 segundos aos restantes adversários.

O percurso
E voltamos ao sprint, apesar de o percurso não ser totalmente plano. Entre o quilómetro 35 e o quilómetro 102 os ciclistas vão ter várias dificuldades, onde estão inseridos 1666 metros de desnível positivo acumulado, com apenas duas 3.ªs categorias, a abrir as dificuldades em Basio (4,8 km @ 5,9%) e a fechar as dificuldades em Borsea (3,9 km @ 5,5%), após isto serão 70 quilómetros até ao fim, onde farão uma passagem pela meta a 35 quilómetros para fim.

O que esperar
Se as dificuldades terminassem entre 20 a 30 quilómetros do fim, acho que poderia esperar uma corrida mais atacada pelas equipas dos puncheurs como Van Aert ou Pedersen. Mas sendo tão longe da meta, espero o controlo da fuga para depois irem ao sprint compacto.
Favoritos
Olav Kooij — Não foi na etapa 6 porque o fecharam no sprint, vai ser nesta, e agora que Wout já ganhou, pode ser se Kooij tenha o lançador de excelência de volta.
Kaden Groves — Já com uma vitória neste Giro, é mesmo um sprinter de grandes voltas, e pode arrancar mais uma vitória de etapa.
A não perder de vista
Milan Fretin — A fazer a sua estreia em grandes voltas e já obteve um segundo lugar ao sprint, e pode voltar a fazer top-3. Tenho a convicção que vai ganhar uma etapa.
Casper van Uden — Com a sua surpreendente vitória na etapa 4, tem de entrar nesta seleção. Este Giro tem sido mesmo à imagem dele, completamente ao lado em tudo o resto, exceto na etapa que ganha, e está tudo certo porque ele já ganhou, e pode voltar a fazê-lo.
Matteo Moschetti — Tal como Fretin, desde o início que tenho a ideia que leva uma vitória em etapa. E pode ser já nesta.
Mads Pedersen — Está numa fase de amealhar pontos para garantir a camisola. Não espero a vitória da parte dele, mas o top-5 é quase certo.
Orluis Aular — Já fez três top-4 ao sprint nesta edição, é preciso tê-lo debaixo de olho, pois já vimos que tem escolhido a rodas certas para sprintar.
Sam Bennett — Esperava que já tivesse ganho uma etapa ou pelo menos um top-3 nesta fase da corrida. Vamos ver o que nos vai mostrar, mas tem um bom comboio para sprintar, só precisa de ser lançado na altura certa.
Wout van Aert — Tem o Kooij na equipa, que é o principal sprinter, mas nunca podemos deixar de dizer que pode surpreender e vencer.
Apostas falso plano
André Dias — Um vintém é um vintém; um Fretin é um Fretin.
Fábio Babau — Fretin. Eu preciso, a Cofidis também.
Henrique Augusto — Groves faz o bis, desta vez numa etapa a sério.
O Primož do Roglič — Pedersen, preciso de pontos na app. Estou a ir de Mads a menos.
Miguel Branco — Wout van Aert. Com dedicatória para Olav Kooij.
Miguel Pratas — Vai ser Bennetto se o Sam ganha isto.
Nuno Gomes — OhLuis AuLuar
Rogério Almeida — Kooij, Wout lançar.