Antevisão Etapa 13 (ITT) — Tour de France
SPOILER: Tadej Pogačar em modo La Planche des Belles Filles a carimbar a 21.ª vitória em etapas da Volta a França.

Rescaldo da Etapa 12
Para alguns esta etapa seria o início do Tour, para outros o término. Para nós, o fim foi na etapa 9, com o abandono do João Almeida. Venha a Vuelta.
Mas enfim, chegaram finalmente os Pirinéus com as suas montanhas imponentes, sendo esta a primeira etapa picante, com intensidade e dureza suficientes para se fazerem diferenças na GC, condimentada pela queda de Pogačar na etapa anterior. Surgiram dúvidas sobre a sua condição, e os alarmes soaram antes da partida quando um elemento do staff da UAE Emirates disse que tinham sido doze horas difíceis para o esloveno. Aquele bluff previsível para ver se a Visma pegava na corrida mais cedo.
Vamos à história da etapa: arranque a alta velocidade com médias estonteantes nas duas primeiras horas (50+ km/h) e um pelotão a perseguir outro. O primeiro tinha mais de cinquenta elementos, entre eles Thymen Arensman, Carlos Rodríguez, da INEOS, e os gregários Tiesj Benoot e Tim Wellens, em representação das duas equipas que iriam disputar a etapa — o espanhol estava a menos de seis minutos da amarela e a fuga pelotaniana nunca teve margem. Assim que começou o Col du Soulor a Visma pegou no martelo. A primeira vítima: Remco Evenepoel, a mais de 50 quilómetros da meta. O ritmo de Kuss e Yates era forte e até Jorgenson descolou, para de seguida reentrar após abrandamento dos colegas. Não eram bons sinais. Enquanto isto, Narváez seguia tranquilito neste grupo restrito que tinha à volta de 20 elementos. Na frente Michael Woods e Bruno Armirail destacavam-se, mas vou saltar esse capítulo secundário.
Na descida Tim Wellens desligou-se da fuga e desceu até ao grupo de Pogačar para dar as boas vindas a Evenepoel que entretanto tinha completado uma almeidada intermédia e regressado ao grupo dos favoritos. O ritmo do belga da Emirates era alto e iniciaram a subida do Hautacam a sensivelmente 1:30 de Armirail. Pouco depois Remco ficava novamente para trás. A 12 quilómetros da meta Nárvaez faz com sucesso aquilo que estava destinado ao nosso João Almeida: um lançamento brutal que dropa toda a gente e BOOOOM, lá vai o Pogi. O esloveno entrou em modo cronoescalada e foi cavando o fosso para Vingegaard. No final foram 2:10 de diferença para o dinamarquês, que está agora mais perto do sexto (Oscar Onley!) do que da camisola amarela. C'est fini.
A subir:
- Matteo Lipowitz (3.º) é agora na teoria e na prática o líder da Red Bull;
- Tobias Halland Johannessen (4.º) foi mais uma vez o melhor gregário da Visma;
- Oscar Onley (5.º) & Kévin Vauquelin (6.º), temos voltistas.
A descer:
- Matteo Jorgenson (15.º, atrás de Higuita) devia demitir-se por indecente e má figura;
- Remco Evenepoel (7.º), a alergia às montanhas continua;
- Thibau Nys (157.º), flop do ano. Nem para roubar pontos ao MvdP no sprint intermédio serve.

O percurso
Cronoscalada curta na ressaca do Hautacam, nada melhor que uma Peyragudes com duas pedras de gelo. São três quilómetros planos para (re)aquecer os motores e oito com pendente média de 7.6%. Nos últimos mil metros há rampas com 15+%.

O que esperar
Tadej Pogačar em modo La Planche des Belles Filles a carimbar a 21.ª vitória em etapas da Volta a França.
O top-5 vai ser disputado pela malta que está no top-10 da geral.
O vencedor
Tadej Pogačar — É difícil imaginar um vencedor diferente depois do que vimos no Hautacam. Vai ganhar, mas por quantos?
Luta pelo pódio
Jonas Vingegaard — O dinamarquês em modo cronoescalada já meteu o esloveno em cheque. Mas isso foi pré-2024.
Remco Evenepoel — É o melhor contrarrelogista, mas não é o melhor cronoescalador.
Florian Lipowitz — Está a 49 segundos do pódio e da camisola branca. Não vai ser já, mas vai lá chegar.
Primož Roglič — Silenciosamente e sem impressionar, vai em pézinhos de meia curta subindo posições na GC.
Apostas falso plano
André Dias — O primeiro a chegar ganha, por isso: Mattéo Vercher.
Fábio Babau — Amanhã Remco volta... a perder tempo. Vence o último a chegar.
Henrique Augusto — Para que é que ainda fazemos isto? A dúvida é só se apanha o Vingegaard na estrada.
O Primož do Roglič — Estou em blackout.
Miguel Branco — Quase de certeza que ganha Armirail. A não ser que esteja cansado de hoje.
Miguel Pratas — Pogi amassa mas não dobra.
Nuno Gomes — Cavendish já se coça. 21 and counting...
Rogério Almeida — Amanhã o Pogačar dobra as meias como o Roglič.