Antevisão Etapa 15 — Vuelta a España
Vamos ver quem é o Monforte de Lemos. (E recordemos, já agora, Maxime Monfort).

Rescaldo da Etapa 14
Mais um dia, mais uma ocasião em que a UAE não larga o João. A não ser quando, por mero acaso, apenas para cobrir o ataque de Campenaerts que se tentava juntar à fuga, Soler se vê forçado a responder. Foi contrariado, o rapaz. E depois também foi contrariado quando, já na Farrapona, lhe deram luz verde para ganhar a etapa. Ele queria mesmo ajudar o Bote Lume, mas a vitória estava mesmo ali, à mão de semear, era demasiado fácil para recusar. Foi a sétima etapa para a UAE (em 14). E sim, ainda assim, têm um corredor na luta pela vitória final desta Vuelta. Não que lhes importe muito, mas têm. Num tom um bocado mais sério: longe de mim condenar o corredor, mas condeno a equipa novamente. Se fazia diferença Soler estar com João Almeida? Hoje, provavelmente, não. Mas nunca é só sobre o resultado final, é sobre o princípio.
Soler foi o mais forte de uma fuga gigante e o único que conseguiu sobreviver. No grupo dos favoritos, praticamente não houve mexidas. O vento frontal era elevado nos Lagos de Somiedo — a este juntou-se também uma brisa que atingiu as pernas de todos os corredores, de seu nome: Angliru. No final, João Almeida respondeu com prontidão à única agitação do dia: Jai Hindley atacou para ganhar uns segundos a Tom Pidcock. No final, ultrapassou o corredor da Red Bull na esperança de roubar dois segundos (bonificações) a Vingegaard, mas foi o oposto que sucedeu. O dinamarquês parece, ainda e sempre, ter tudo controlado.

O percurso
Se há coisa que os corredores não quereriam, seguramente, era começar uma etapa — depois da tareia monumental que acabam de ultrapassar: Angliru e Farrapona — a subir. E logo com uma primeira categoria. É suave para primeira categoria, mas é longa. Depois disso, muito sobe e desce, com muitos montes não categorizados, mas que a esta altura da Vuelta já moem bastante.
Depois disso, alguma descida, algumas novas dificuldades não categorizadas com sprint intermédio — que também é bonificado — em Sarria, a 35 quilómetros da meta. O final é plano em Monforte de Lemos. Uma etapa que sai das Astúrias em direcção à Província de Lugo, na Galiza.

O que esperar
Cansaço. Seguramente muito cansaço no pelotão. E todos sabemos que quando o cansaço se instala, as decisões não são sóbrias. Aquele Puerto A Garganta vai fazer estragos, isto porque me parece que a Lidl-Trek vai querer despachar os sprinters mais velozes. Mads Pedersen não consegue vencer em pelotão compacto, portanto, a ideia até pode passar por subir a ritmo e inserir Pedersen na fuga com mais três ou quatro colegas.
Eu diria que isto é o mais provável, mas também entendo que as pernas estão fracas e que a primeira metade da etapa é tudo menos terreno fácil de trilhar. É terreno acidentando, sobe e desce, terreno que pode também favorecer uma fuga considerável, de gente que não tenha ido a fundo nos últimos dias e que possa disputar entre si a vitória. A grande questão do dia é saber se Pedersen vai ou não para a fuga e se a Lidl - Trek entra a rasgar na etapa com o intuito de fazer descolar Jasper Philipsen. E se o fizer com sucesso, saber se o belga consegue reentrar com a ajuda da equipa.
E além de Pedersen, claro, quem mais vai estar no lote de escapados. A dança amanhã é essa.
Favoritos
Mads Pedersen — Se estiver na fuga, cuidado. Se ficar no pelotão cuidado II. O dinamarquês não quer ser aquele chunga que ganha a camisola dos pontos sem picar o ponto.
Orluis Aular — Não sei como é que vai estar de pernas, mas vai ser, ou tentar ser, a sombra de Mads.
Juan Ayuso/Marc Soler — Se há dia em que faz sentido estarem na fuga é amanhã. Além disso, a UAE ganhou metade das etapas, convém ter um UAE no lote de favoritos para esta antevisão parecer fidedigna.
A não perder de vista
Ben Turner — Se chegar um grupo relativamente reduzido, Big Ben é óbvio candidato.
Victor Campenaerts — Tem a carinha dele, a etapa. Talvez acuse algum destaque. Mas o tanque do belga parece infinito.
Fabio Christen — Antes da Vuelta disse logo que esta chegada a Monforte de Lemos era a cara dele. Não disse nada, olhei agora para o traçado e achei que fazia sentido.
Guillermo Thomas Silva — Eu gostava, se vocês também gostarem, damos as mãos e juntos criamos esta força magnética para a vitória de Silva.
Apostas falso plano
André Dias — Isto das fugas é muito giro, mas esta etapa nunca acabou com uma. O Mads explica.
Fábio Babau — Ciccone, para a montanha.
Henrique Augusto — Se é para todos, é para todos mesmo: Ivo Oliveira.
O Primož do Roglič — Qual é a dúvida? Mathijs Paasschens
Miguel Branco — Fabio Christen. Já que o Pidcock não consegue ganhar uma etapa.
Miguel Pratas — Big Ben nas horas.
Nuno Gomes — Ainda está a correr atrás do João. Mas ele já tinha dito que ao décimo quinto dia ia apostar seguro: Jonas Gregaard.
Rogério Almeida — Já sem chinelos, ganha o Philipsen.