Antevisão Etapa 17 — Tour de France

Rescaldo da Etapa 16

A etapa 16 tinha tudo para ser um show que terminaria no observatório do Mount Ventoux e assim foi. O pelotão mais uma vez deixou tudo na estrada e não faltou emoção até ao final.

A corrida começou e não foi fácil de se formar a fuga do dia, mas ela lá se formou com alguns nomes interessantes como Enric Mas, Thymen Arensman, Julian Alaphilippe, Fred Wright, Simone Velasco, entre outros. Numa etapa que já adivinhava ter a emoção guardada para o final, foi logo no início da subida final que os "peões" começaram a mexer-se. Alaphilippe colocou logo um ritmo inicial alto e foi seguido apenas por Arensman, Mas e Velasco, enquanto no grupo perseguidor — que vinha a menos de dois minutos — foi Valentin Paret-Peintre a tentar sair para se juntar aos quatro da frente. O Francês levou consigo Ben Healy e Santiago Buitrago.

A pouco mais de treze quilómetros do fim foi Mas que procurou deixar para trás os restantes e cedo criou um gap de dez segundos. O espanhol mostrava boas pernas e vontade de picar o ponto. Quatro quilómetros se passaram e os três perseguidores já estavam junto de Arensman, agora a pouco mais de um minuto da frente, onde o espanhol continuava a acreditar. Na geral era Jonas Vingegaard que mexia na corrida e tentava desferir ataques, mas sempre que olhava para trás, só via amarelo e quem pagava a fatura era a Red Bull - BORA - hansgrohe que nem com Roglič ou Lipowitz conseguiram estar a altura dos dois aliens.

O tempo passava e os três mosqueteiros continuavam a encurtar o espaço para Mas e já a pouco mais de três quilómetros para o final, Ben Healy e Valentin Paret-Peintre acabaram mesmo por chegar ao espanhol e imediatamente deixá-lo para trás. Vingegaard continuava a tentar como podia. No final foi uma autêntica luta a dois e uma grande expectativa para perceber, se por um lado seria o irlandês a picar o ponto pela segunda vez nesta edição do Tour, ou se seria o francês a dar a primeira e tão aguardada alegria ao seu povo.

A felicidade desta vez ficou em casa e quem festejaram foram os franceses, pois Paret-Peintre foi letal no sprint final e não deu hipóteses ao irlandês, acabando assim com o jejum de vitórias por parte de franceses nesta edição da prova. Na geral Tadej Pogačar acabou por ganhar mais alguns segundos a Vingegaard, que no final já não teve pernas para aguentar o sprint do esloveno.

O L'Equipe já tem uma capa para amanhã e França pode finalmente descansar porque esta já não será a quarta vez que um francês não vence uma etapa em vinte e um dias do Tour. Chapeau, Valentin.

O percurso

A etapa 17 arranca de Bollène e tem a "curta" distância de 160 quilómetros que maioritariamente serão planos até Valence. O sprint intermédio acontece antes das duas contagens de quarta categoria que os ciclistas irão ter pela frente durante o dia e a chegada a Valence será feita em terreno bastante plano.

O que esperar

Para os sprinters que ainda sobrevivem este será o dia para voltarem a tentar antes de chegarem aos Alps e posteriormente a Paris.

Por outro lado, estamos na terceira semana do Tour, as equipas já se encontram bastante desfalcadas e isso significa esperança para quem se lançar para a fuga.

Estou curioso para ver quem irá trabalhar no pelotão para além da Lidl-Trek que irá procurar levar o seu camisola verde para mais uma vitória nesta edição do Tour.

Favoritos

Jonathan Milan — Não conseguiu aguentar até ao sprint intermédio da etapa de hoje, mas de qualquer forma ele é o principal interessado na vitória.

Tim Merlier — O belga é o único que neste momento pode fazer frente a Milan e já provou que não precisa de comboio para lá chegar.

Biniam Girmay — Não está a ser uma edição feliz para o eritreu, mas acredito que amanhã ele irá tentar e se não for ele, não estou a ver quem possa fazer frente aos dois de cima.

A não perder de vista

Wout van Aert — Se amanhã de manhã disser que vai sprintar é melhor não o perdermos de vista.

Jordi Meeus — Numa equipa em que o foco é lutar pelo último lugar do pódio, o belga pode ainda assim ter uma palavra a dizer. Tenho pena de ainda não ter conseguido mostrar os resultados que vinha a fazer.

Arnaud De Lie — O Touro voltou a ser sprinter. Acreditem nele.

Apostas falso plano

André Dias — Há ali uma pequena lomba, se calhar o Healy ainda aproveita. 

Fábio Babau — Beer tuesday, Bini wednesday.

Henrique Augusto — Dylan Groenewegen.

O Primož do Roglič — Espero que dê sprintalhada, estou farto de montanha. O Milan ainda está no Tour?

Miguel Branco — Eu gostava assim de um Michael Valgren. Mas também aceito um Touzé.

Miguel Pratas — Verdão.

Nuno Gomes — Amanhã há tourada. De Lie.

Rogério Almeida — Agora que Valentin ganhou vai sair como o ketchup para os franceses... Alex Baudin escolho-te a ti.