Antevisão Etapa 19 — Tour de France
Depois da tentativa de suicídio da Visma, a organização tentou diminuir o tempo de sofrimento das abelhas.

Rescaldo da Etapa 18
O dia começou com o abandono de Carlos Rodríguez, da Ineos, e com Jonathan Milan a amealhar os pontos no sprint intermédio.
A partir daí foram ataques, ataques e mais ataques até que dois enormes grupos se formaram no início da subida do Col du Glandon. Na frente estavam ciclistas como Tim Wellens, Matteo Jorgenson, Lenny Martinez, Thymen Arensman, Ben O'Connor, Einer Rubio, Felix Gall, e o ousado Primož Roglič, entre outros. No grupo mais atrás os ciclistas mais relevantes eram Enric Mas, Jordan Jegat e Luke Plapp. Com o pelotão a não dar muita margem a estes dois grupos foi Lenny Martinez o primeiro a cruzar o cume do Glandon amealhando mais uns pontos na luta pela camisola da montanha.
Na descida Jorgenson e Arensman lançam-se na frente, mas nova subida novo cenário de corrida. No Col de la Madeleine Lenny Martinez deixa de contar para a equação da etapa, Enric Mas abandona o Tour e Roglič, O'Connor, Rubio, Gall, Armirail e Baudin chegam aos dois fugitivos. Mas enquanto isto acontece lá atrás a Visma impõe um ritmo louco a preparar a ataque de Vingegaard, algo que acontece a cinco quilómetros do fim da subida e com apenas Pogačar a seguir na roda do dinamarquês.
Mais uma descida para depois se iniciar a subida final ao Col de la Loze e quando tudo parecia sair quase perfeito à equipa da Visma ao conseguirem isolar Pogačar ainda a setenta e dois quilómetros da meta eis que O'Connor decide atacar e para além de Rubio também Jorgenson vai com eles. Que grande tiro no pé por parte da equipa das abelhas, foi como se tivessem decidido espetar o ferrão em si próprias depois do belo trabalho que haviam feito até então.
No meio deste abrandar de ritmo, Lipowitz chegou-se à frente e atacou a cerca de trinta quilómetros do fim. Nomes como Onley, Vauquelin, Tobias, da Uno-X, e alguns gregários da Emirates e da Visma chegam ao grupo do camisola amarela e iniciam a subida com uma diferença de três minutos e cinquenta para a frente da corrida.
Já subida acima a equipa da Emirates controla o pelotão para não dar mais uma vez ideias a Vingegaard e lá na frente O'Connor a certa altura decidiu ir sozinho para a vitória. Quem começa a seguir o sentido inverso é Lipowitz, que começou a perder tempo para o grupo do camisola amarela e depois a nem conseguir acompanhar o ritmo dos favoritos.
Com isto e já nos metros finais, Vingegaard ainda tentou, mas quem voltou a ganhar tempo e a consolidar ainda mais a liderança foi Pogačar, indo ainda às bonificações com o segundo lugar na etapa. O australiano O'Connor já tinha cruzado a meta em primeiro, Ving foi terceiro e Onley colocou-se na classificação geral a apenas vinte e dois segundos do terceiro lugar que ainda pertence a Lipowitz.

O percurso
Uma dermatite infecciosa num elevado número de gado na descida do Col de Saisies encurtou o percurso e iremos ter apenas noventa e cinco quilómetros de etapa.
Ou seja, passamos a ter duas subidas de categoria especial, o Col du Pre e La Plagne e pelo meio uma segunda categoria, Cormet de Roselend. O Col du Pre com menos quilometragem, mas com pendentes mais elevadas, principalmente no seu final, onde chegam perto dos doze por cento, e La Plagne bem mais longa, serão um pouco mais de dezanove quilómetros de subida.
Ainda assim são cerca de três mil e quatrocentos metros de acumulado.

O que esperar
Não espero menos do que uma corrida fortemente atacada logo desde início pela equipa da Visma. Ainda para mais com o encurtar da etapa têm de pôr a carne toda no assador, ou vai, ou racha. Ving tem atacar, atacar e atacar, morrer de pé. Sim, morrer, porque é isso que acho que vai acontecer.
Vingegaard e a Visma vão tentar, mas a lei Pogačar vai prevalecer no final e o esloveno vai colocar no currículo mais uma etapa do Tour.
Estou ainda muito curioso para ver a luta pelo pódio. Onley parece numa super forma e bem capaz de roubar a juventude a Lipowitz e vamos ver a postura de Roglič. Se Lipo quebrar, se tenta ir discutir o pódio com Onley ou se tenta rebocar o seu gregário.
Favoritos
Tadej Pogačar — Continua intransponível.
Jonas Vingegaard — No dia de ontem mostrou ser um campeão, mas tem o azar de ter nascido na era de Pogačar. Infelizmente, é um problema recorrente em alguns ciclistas da Visma.
A não perder de vista
(o pensamento de Vingegaard em relação a Pogačar)
Oscar Onley, Florian Lipowitz e Primož Roglič — A luta pelo pódio.
Apostas falso plano
André Dias — Jordan Jegat ataca o Top-10. Isso ou ganha o Higuita.
Fábio Babau — .Não estou a ver nenhum cenário em que Serginho Higuita não vença esta etapa.
Henrique Augusto — Primoz Roglič rumo ao pódio.
O Primož do Roglič — Não o percas de Visma, Ving.
Miguel Branco — Michael Woods. Caguei.
Miguel Pratas — Vingegaard dropa Pogačar no Col des Saisies.
Nuno Gomes — O coração diz Pogačar mas o cérebro diz Higuita.
Rogério Almeida — "Perdi" os meus óculos na Áustria... Gall espero que os tenhas encontrado para ver o caminho para a vitória.