Antevisão Etapa 4 — Vuelta a España
Vitória de Gaudu, chegada a França. Só faltava mesmo ganhar Coquard.

Rescaldo da Etapa 3
Dia de pouca história, mas corrido a alta velocidade. A fuga do dia foi composta por quatro ciclistas: Luca Van Boven, Patrick Gamper, Alessandro Verre e Sean Quinn. O italiano da Arkéa tinha o objetivo de envergar a camisola da montanha e objetivo cumprido, amanhã irá vesti-la. Já Sean Quinn foi considerado o mais combativo do dia e o último a ser apanhado pelo pelotão, já dentro dos vinte quilómetros finais.
A chegada a Ceres foi também ela feita a alta velocidade e sempre controlada pela Lidl - Trek, tal como toda a etapa. O final em subida foi marcado por várias curvas e a equipa de Mads Pedersen acabou por ter um trabalho inglório, pois viu-se surpreendida por um espetacular David Gaudu que soube colocar-se melhor e arrancar numa curva a apenas cinquenta metros do fim e conquistar assim a sua terceira etapa na história da Vuelta depois de duas em 2020.
O pódio ficou completo com dois dinamarqueses, Mads Pedersen em segundo e Jonas Vingegaard em terceiro. Com o ciclista da Visma a manter a roja com o mesmo tempo de Gaudu, mas a ser beneficiado pela melhor classificação na primeira etapa.
João Almeida não perdeu tempo e é 11.º à geral a 16 segundos do líder.

O percurso
Os ciclistas partem de Itália e, antes de se instalarem definitivamente em Espanha, ainda dão um saltinho a França. Os primeiros 80 quilómetros são marcados por alguma montanha, mais precisamente uma contagem de terceira e duas contagens de segunda categoria. Nenhuma com uma dureza extrema, mas a segunda contagem de segunda categoria, Col do Lautaret, ainda são quase 14 quilómetros sempre em subida.
Após este início, teremos uma descida bem longa a culminar com um topo não categorizado, Col de Comboire (434m a 6.3%), e depois sempre a rolar até à meta com o final a ter uma ligeira inclinação de 4%.

O que esperar
Temos um início de etapa muito propício à constituição de fuga e uma Lidl - Trek que pode pagar o preço de ter trabalhado durante toda a etapa de hoje, e a acrescentar a tudo isso quarta-feira será dia de contrarrelógio por equipas.
Ou seja, acredito que os fugitivos poderão ter aqui uma bela oportunidade para vingar. Por outro lado, Mads Pedersen deve estar sedento, tendo em conta que bateu novamente na trave, e para além da Trek existem várias equipas de sprinters que têm como objetivo apenas a vitória em etapas e esta etapa não é de desperdiçar. O braço de ferro pode ser grande, mas acredito que acabaremos por ter um final ao sprint.
Favoritos
Mads Pedersen — Está sedento e aquele início um pouco duro pode favorecê-lo e tirar potências a ciclistas como Philipsen, ou até deixá-lo pelo caminho.
Orluis Aular — Tem-se mostrado novamente em grande forma e esta pode ser uma bela oportunidade.
A não perder de vista
Jasper Philipsen — Tenho dúvidas se chegará à linha da meta e se chegar com que forças chegará.
Ethan Vernon — Foi segundo na primeira etapa e a Israel é uma equipa que vejo que se pode colocar ao trabalho para anular a fuga e tentar dar hipótese ao britânico.
Bryan Coquard — Na cabeça dele deve estar "Se o Gaudu conseguiu, eu também posso conseguir".
Thomas Pidcock — O Pid vem como objetivo ir aos sprints massivos. Dificuldades já não é para ele.
Casper van Uden — Um ciclista que desiludiu no primeiro sprint compacto e vejo a Picnic também a poder colocar-se ao trabalho com interesse a dar-lhe condições para tentar melhorar o 16.º lugar da primeira etapa.
Apostas falso plano
André Dias — David Gaudu. Ele vai a todas.
Fábio Babau — Jasperito. Still the fastest.
Henrique Augusto — Não quero ser óbvio e apostar Gaudu, por isso vou com Guillermo Thomas Silva.
O Primož do Roglič — Arne Marit. Às vezes dizem que é preciso pedir à sorte o que realmente se quer.
Miguel Branco — Jasper Philipsen. Mais uma bola ao poste para Mads.
Miguel Pratas — Bate no poste, mas entra. É golo de Mads Pedersen.
Rogério Almeida — Tudo o que não seja Gaudu top-3 é desilusão.