Antevisão Etapa 9 — Vuelta a España

Rescaldo da Etapa 8

A começar pelo fim, como é que Emirates perdeu isto? Como não conseguiram oferecer a vitória ao Ivo? Para mim era já invadir as redes sociais da equipa e seus dirigentes.

E assim que se dá a partida oficial tivemos três bravos aventureiros espanhóis a lançarem-se para a fuga do dia: Sergio Samitier, José Luis Faura e Joan Bou. Sendo que foi uma etapa com apenas história no princípio e história no fim. O início já vos disse, então vamos a um pouco de história pelo meio: a história de Saragoça.

Saragoça aka Zaragoza, tem este nome que deriva de Caesaraugusta em homenagem a Cesar Augusto que fundou está cidade no ano 14 A.C.. Tem no seu seio uma catedral que foi das mais antigas e mais importantes para a Espanha, a Catedral de La Leo, local a visitar caso vão para aqueles lados.

Quanto ao final da prova, a fuga foi alcançada a 17 quilómetros para fim, aos 11 o Ayuso e Vine descolaram do pelotão (falta de interesse em ajudar o Ivo, mais um motivo para atacar as redes sociais), e foram até ao sprint final.

Quanto ao sprint foi um pouco caótico, Philipsen perdeu o seu comboio e foi na roda do Viviani, aproveitando o leadout do Viviani e o próprio italiano para se lançar. Philipsen vence assim a etapa e Viviani faz história com o seu retorno aos pódios em grandes voltas fazendo o 2.° lugar (o que não acontecia desde 2021) e Vernon em 3.° lugar. Mas a etapa não acaba aqui, no sprint quando Viviani viu que Philipsen estava mais forte e ia ser ultrapassado, começou a desviar a trajetória para a esquerda e apertar com o ciclista da Alpecin, mas o belga conseguiu passar e venceu. Com isto, foi relegado para o lugar 105.° lugar (lá se foi o marco histórico), passando Vernon para 2.° e o Arne Marit para 3.°, conseguindo assim a sua melhor posição em etapas de Grandes Voltas.

O percurso

Lombas e mais lombas não categorizadas para ao fim de 195.5 quilómetros acabar numa estação de esqui que fica lá para casa do ValdezCaray.

O final não é duro, é apenas uma lomba maior e categorizada de 13.3km a 5.2%.

O que esperar

Este perfil de etapa pode dar para dois cenários: fuga ou vitória do pelotão (este momento foi bom admitam, eu só disse o óbvio).

Do que temos visto para mim o cenário mais provável é a vitória da fuga. Das equipas da geral acho que só a Lidl - Trek pode ter interesse na etapa, o resto acho que vai deixar ir e vai ser uma vitória da fuga que é como quem diz vitória do Gaudu. Com este cenário não espero grandes alterações na geral pois não acho que seja uma subida difícil para ser muito atacada.

Se for para a GC, é um final que assenta bem ao Ciccone e ele vem a querer ganhar uma etapa desde que a prova começou. Com isto espero um grupo restrito e cerca de 15 ciclistas a disputar a vitória.

Favoritos

David Gaudu — Teve dois dias de descanso e isto é parecido com Ceres (chegada da 3.ª etapa), talvez com mais quilómetros de extensão mas dá para o francês.

Marco Frigo — No fim da etapa 7 senti uma magoa nas palavras dele por ter perdido a etapa, mas um alívio por poder dizer que foi para o Ayuso. Mostrou boa forma e tem neste perfil de etapa o ideal para vencer.

Giulio Ciccone — Se ele quiser, se a Lidl - Trek quiser, só tem de controlar a fuga e tentar a vitória. Está em excelente forma e tem uma vontade enorme de vencer.

A não perder de vista

Jonas Vingegaard — Jonas em sprints de montanha esta Vuelta: uma vitória, um 3.º lugar e na etapa 6 fez 2.º atrás do João no seu grupo. Parece que temos Vingegaard Puncheur.

João Almeida — Se chegar o grupo da geral para a vitória temos de contar com ele, esta época está com um bom punch.

Thomas Pidcock — Esta etapa é a cara dele, mas ele já falhou quando a equipa trabalhou para ele ganhar. Este modo GC do Pidcock faz-me comichão, um ciclista com este talento andar ali a meio gás tentar um top-10.

Apostas falso plano

André Dias — Je suis Groupama - FDJ. Clément Braz Afonso.

Henrique Augusto — O Quenda ficou no banco e a jola ficou no Frigo.

O Primož do Roglič — Final de Agosto, final das férias. GC Almeida.

Miguel Branco — Damien Howson. Tou a falar a sério.

Miguel Pratas — Ganha um Harold.

Rogério Almeida — Gaudu pour toujours.