Antevisão — Tour de l'Avenir Femmes

Se existe futuro? Claro que existe Tour de l'Avenir Femmes.

Antevisão — Tour de l'Avenir Femmes
Tour de l'Avenir Femmes

Introdução

Sol, Verão e acampamentos para crianças. Chegamos ao portão do acampamento onde vamos deixar os nossos filhos para passar uma semana sem a nossa supervisão. Onde queremos que se divirtam, façam coisas que nunca fizeram, façam as suas corridas loucas sem controlo, tenham grandes aventuras, vitórias, algumas derrotas que também ajudam a crescer, alguns arranhões pelo caminho também fazem parte, mas que não se magoem gravemente. Que tenham uma semana inesquecível e que depois nos contem tudo com saudade do que viveram. Assim que os entregamos e se afastam do portão, sentimos um vazio, um branco, e ao longe vemo-los felizes. A lancheira para um lado e eles a correr para o outro.

Marion Bunel vem direta do Tour em busca do bis. (foto: Tour de l'Avenir)

O percurso

Prólogo (ITT) — Prólogo-escalada de 3 quilómetros em falso plano para abrir o apetite às candidatas.

Tignes › Tignes 1800 (3km)

Etapa 1 — Dizem eles que isto é sprint. Aposto que nunca viram estas ciclistas a pedalar, aquele Col des Brosses (15km a 3,3%) vai tirar algumas sprinters da equação.

Saint-Vulbas › Saint-Galmier (129.8km)

Etapa 2 — Vai dar sprinter mas acho que vai ser na fuga. Os primeiros 100 quilómetros são muito difíceis de controlar.

Saint-Symphorien-sur-Coise › Vitry-en-Charollais (136.7km)

Etapa 3 — Etapa para as sprinters aka Julia Kopecký.

Étang-sur-Arroux › Lugny (80.8km)

Etapa 4 — Mais uma sprintalhada para a mesa 4.

Montagnat › Val-Suran (76.2km)

Etapa 5a — Após um dia de descanso (não percebo o porquê), dupla jornada no mesmo dia. E eu só quero conseguir ver este dia de ciclismo.

La Rosière › La Rosière (41.6km)

Começa a subir o Colle San Carlo (10,3km a 10%) que a imagem fala por si, tem uma ligeira descida e sobem novamente o Col du Petit Saint Bernard (13,2km a 5.6%). Depois parece que acaba em falso plano, mas é só parecer: são 2,2km a 6%.

Que monstro a abrir a etapa.

Etapa 5b (ITT) — Sendo dupla jornada aqui está a segunda parte. Uma crono-escalada de 10,4km a 6,6%.

Montvalezan › La Rosière (10.3km)

O que esperar

Numa corrida como esta, não é só pernas. A experiência conta muito, e apesar de serem todas muito jovens já existem muitos nomes desta startlist a correr no WT.

Os blocos mais fortes parecem ser os da França e da Itália. A França traz a atual campeã, Marion Bunel, e um bloco forte em torno dela. O Canadá tem a segunda classificada do passado, Isabella Holmgren, que se pode juntar à espanhola Paula Blasi, entre outras, para tentarem derrotar Bunel na montanha.

Espero uma corrida muito atacada na montanha onde, por mais fortes que sejam os blocos, são as pernas que mandam. Mas também acredito que as supostas etapas de sprint não serão um passeio. Neste plantel existem boas ciclistas que sabem como atacar e gostam de o fazer.

Favoritos

Marion Bunel — Para quem nos segue e vê algum ciclismo feminino, a ciclista francesa dispensa apresentações. Uma pura escaladora, que vem aqui defender o título conquistado no ano passado e assim realizar um feito que só por uma vez foi alcançado, mesmo incluindo o setor masculino: conquistar dois Avenir. Já anda entre o World Tour e, esta época, já a vimos a ser a única ciclista a conseguir seguir Demi (bem, o que a Demi deixou) na Volta Ciclista a Catalunya Femenina.

Isabella Holmgren — As irmãs Holmgren vêm do ciclocrosse, onde são as duas grandes promessas. Na estrada, a Isabella já se destaca mais, sendo uma ciclista mais escaladora. Também uma repetente no Avenir, vem aqui tentar melhorar o 2.° lugar do ano passado. Este ano, no Giro Donne, já conseguiu fechar no 7.° lugar, tendo feito 3.° na dura chegada ao Monte Nerone.

Paula Blasi — A espanhola é outra das repetentes na lista. Acho que será difícil na montanha por não ser tão pura trepadora quanto as outras. Mas mostrou uma boa forma recentemente na Romandia, inclusive ganhando uma crono-escalada de 4.4 km.

A não perder de vista

Julie Bego — Tenho muitas esperanças nesta miúda para o futuro (talvez tenha mais eu nela, que ela em si mesma). Uma boa escaladora, muito atacante, com um sentido enorme para clássicas acidentadas, e com a "cabeça" certa para esta prova. Atacar de longe e sem sentido é uma das coisas que ela mais faz. E eu adoro ver. Vem aqui como gregária da Bunel, mas não descarto a hipótese de a ver lutar pelo pódio, já que o ano passado caiu a 5.° na última etapa e acabou por não conseguir atingir esse objetivo.

Eleonora Ciabocco — Mais uma que tenta melhorar o seu 6.° lugar do ano passado. Já é profissional pela Picnic desde 2023, o que mostra a sua qualidade aos 21 anos. Uma escaladora-punch, que em pequenos grupos tem uma boa ponta final.

Malwina Mul — Ciclista polaca que já estava meio que debaixo de olho. Talvez por ter entrado numa prova da fantasy alguma vez, já tinha este nome em lista. Está a correr muito bem esta época e já conta com várias vitórias. Estou curioso para ver o que pode fazer.

Natalia Garzon — Numa seleção que traz como maior figura a Juliana Londoño, eu estou curioso para ver o que faz a colega dela, Garzon. Uma ciclista de pista que mostra dotes de escaladora e anda bem no contrarrelógio. Vamos ver que nível vai ser capaz de apresentar nesta corrida.

Apostas falso plano

André Dias — Marion Bi-Bunel. Já estou mesmo a ver o filme outra vez.

Fábio Babau — Blasi vai-se deixar do quasi.

Henrique Augusto — Bunel. O ano passado foi fácil e é suposto melhorar.

O Primož do Roglič — Bunel, é da Visma com certeza.

Miguel Branco — Isabella Holmgren. Isto já nem Canadá.

Miguel Pratas — Paula Blasi desta vez vai ao pódio.

Nuno Gomes — Isabella Holmgren, em modo passeio.

Rogério Almeida — Vamos fazer história na 3ª edição? Ganha a Blasi.