Cycling Fantasy — Arctic Race of Norway
Se eu tivesse outra filha, chamar-lhe-ia Arctic Race of Norway. Não estou a brincar.

Introdução
Agora a sério: há mesmo alguém que não gosta da Arctic Race of Norway? Ciclismo a meio metro do Pólo Norte? Que sonho. Paisagens deslumbrantes, aquelas casas catitas e coloridas com vista para os fiordes, é aquele sentimento do postal, do quem-me-dera, aquele sentimento que grita: porque é que o resto do mundo é tão caótico e desorganizado e aqui no Norte tudo parece desenhado a preceito? É possível que eu esteja a exagerar na romantização do fim do mundo, do frio nórdico. Mas a cada um o seu romance.
A Arctic Race of Norway é uma corrida que vai para a sua 12.ª edição e que, além de fazer bem à vista, tenta fazer bem ao mundo. Desde 2020 que a organização desta prova iniciou uma parceria com o Ministério do Trabalho norueguês com o objectivo de criar empregos para pessoas que têm estado afastadas do mercado de trabalho. Ainda há mesmo alguém que não gosta da Arctic Race of Norway?

Bla, bla, bla, Cort ganhou em 2024, bla bla, Kevin Vermaerke é sempre terceiro classificado, bla bla, finais em subidas curtas e explosivas e bla bla bla, uns quantos dias para sprinters. No fundo, é isto. É isto e salmão contra a corrente enquanto o urso estica a pata. É? Não, mas podia ser. E o mais importante na vida, meus estimados leitores desta página de ciclismo séria e dedicada, é o sonho, aquilo que podia ser mas não é e que, muito provavelmente, nunca vai ser. Senhoras, senhores e ursos pardos, esta é a Arctic Race of Norway.
[Não confundir com o Tour of Norway (ou Volta à Noruega) que decorre no final de Maio e não vale nada. É mesmo péssima, mal organizada e muito assim-assim para uma corrida de bicicletas na Noruega. Acho eu.]
Análise ao percurso:
Etapa 1 — Já viste fotos de Harstad à noite, no inverno? Esquece, puto, até te apagas. Ok, quatro segundas categorias, subidas que apesar de tudo não são muito exigentes. Pode dar para o sprint, mesmo que não seja para toda a gente. É a vida, chavalo.

Etapa 2 — Ora bem, senhores sprinters, esta aqui já complica. Três bergs noruegueses, em circuito, mas em vez de empedrado mete gravilha. Segurem-se bem. Vai acabar tudo de Sørreisa estampado no rosto.

Etapa 3 — Em teoria, esta é a jornada mais importante para a classificação geral. Quase quatro quilómetros a 8%, numa corrida como a Arctic Race of Norway, é estilo Bola del Mundo. Venham daí, trepadores.

Etapa 4 — Mas nem tudo fica decidido na terceira etapa. Circuito com alguma dureza no último dia, em torno da bela Tromsø, a maior e mais importante cidade da zona Norte da Noruega. Dois muritos complicados que são passados oito vezes. Teste de percurso para um mundial a Norte depois de Kristoff não ter conseguido vencer Sagan em Bergen 2017?

Shortlist falso plano
1000:
- Thomas Pidcock — Pidcock é um corredor que pode nem sempre ser brilhante, é verdade. Mas lá estilo, lá alma, isso é com ele. É por isso que Tom Pidcock sabe que tinha de marcar presença na Arctic Race of Norway. E é, provavelmente, o grande favorito.
600:
- Alexander Kristoff — Faltam três para o Stavanger Stallion chegar à centésima vitória da sua carreira. Já falta muita capacidade, mas em casa ainda pode despachar uma ou duas. O resto fica para Langkawi, onde os sonhos se concretizam.
- Christian Scaroni — Em 2023, Scaroni foi segundo nesta corrida, perdendo apenas por um segundo para Stephen Williams. Agora, está na hora de vomitar o sapo na altura engolido. 2025 é o ano de Scaroni.
- Corbin Strong — Acabado de chegar de uma vitória no Tour de Wallonie, uma prova com perfis de etapa muito parecidos. Se levar um casaquinho, ganha duas etapas. Se não levar, constipa qualquer equipa.
400:
- Clément Champoussin — Fez-lhe muito bem a mudança para a Astana. E se Scaroni foi segundo em 2023, Champoussin foi segundo em 2024. E agora? É levar os dois, gente.
- Eddie Dunbar — Está a ser duro para Dunbo, este 2025. E quem melhor para o fazer reencontrar-se que a Arctic Race of Norway? Nos últimos dois dias pode andar para lá.
- Rick Pluimers — Começou o ano lindamente, foi perdendo pressão na torneira. Ainda assim, Pluimers é um homem rápido que se aguenta lindamente em dureza não muito acentuada. Mais ou menos o menu que temos aqui preparado.
- Pau Miquel — Pontuou este ano em quase todas as clássicas acidentadas em que entrou. Quando a estrada inclina, toda a gente gosta de Pau.
200:
- Kevin Vermaerke — Alô? Está aí alguém? Kevin? Olha, é só para avisar que a temporada já começou. Não sei se sabias.
- Andreas Leknessund — Foi o vencedor desta competição em 2022. Além disso, levei-o na fantasy do Tour e ele não fez nada. Portanto, se fazes favor, é hora de me recompensares.
- Davide Ballerini — Mais um Astana para o Plano C. Se desconfiam desta análise e acham que vamos ter etapas de sprint compacto, o Davide é o homem para vocês.
- Felix Engelhardt — Quando o Dunbar furar nas duas pernas, deixem com ele para salvar a honra da Jayco.
- Alan Hatherly — Em janeiro, deu luta ao Pidcock nas subidas quentes do AlUla Tour. É fechar os olhos e fingir que está rodeado de camelos.
- Mark Donovan — E se o Pidcock flopar?
- Lander Loockx — O melhor entre os YouTubers.
- Arne Marit — A Intermarché não traz grande coisa, mas estão aqui com todo o Marit.
- Pierre Latour — A organização da Cycling App avisou que ele entrou na startlist, saiu e depois voltou a entrar. É um sinal, malta.
- Bjoern Koerdt — 4.º melhor jovem na Volta a Noruega. Quem sabe, sabe.
- Jonas Geens — Claro que nunca ouviram falar. É exatamente o que ele quer.
- Storm Ingebrigtsen — O tipo que ganhou a 1.ª etapa do Tour of Norway em fuga e fez 112 pontos na prova. Se acham que há relâmpagos que caem duas vezes no mesmo sítio...
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