Cycling Fantasy — Japan Cup
Quando a época chega ao fim, tudo o que é bonsai da estrada.

Caros falsoplanistas, chegámos à minha parte favorita da época. Os grandes ciclistas já estão a pensar nos contratos do próximo ano ou a enfardar calorias num buffet à discrição. O ciclocrosse – o meu amado CX – está a arrancar. E o calendário de corridas .Pro começa a disparar para locais aleatórios.
E assim chegamos a Utsunomiya, cidade japonesa a uma horinha de Tóquio, conhecida pela boa comida, pela história industrial e por uma serra linda. É tipo a Setúbal do Japão, com menos choco e mais guiozas. Como não adorar?
Utsunomiya – a "cidade das bicicletas" – tem recebido as últimas edições desta Japan Cup, prova já com 32 edições e com marca portuguesa: Rui Costa venceu aqui em 2023 (aliás, a sua última vitória, fora o campeonato nacional).

Análise ao percurso: Não é apenas para computadores que os japoneses percebem de circuitos. Aqui montaram um percurso de 14 voltas a Utsunomiya, num total de 144 km. Apesar de não ter paredões na subida, a inclinação em Kogashiyama ainda é simpática e, ao fim de umas voltas, começa a fazer mossa nas pernas.
Há 10 anos que esta corrida não acaba com um grupo de sprinters reduzido: dá sempre fuga solitária ou uns daqueles especialistas em ataques certeiros, tipo Neilson Powless (2022 e 2024), Bauke Mollema (2015 e 2019) ou Jack Bauer (2013 e protagonista da série 24). É igual ao ano passado; o historial ajuda.

Shortlist falso plano
1200:
- Jonathan Milan — De longe, o melhor ciclista na startlist. Resta saber se o percurso encaixa nas pernas de Milan. Tudo vai depender do controlo que a Lidl quiser dar à corrida e, honestamente, da forma com que ele chegar. Pode ser arriscado, a boa notícia é que não vai faltar orçamento.
800:
- Lenny Martinez — Sempre que o levo numa clássica, ele flopa. Mas pódio no Giro dell'Emilia (perfil semelhante) e um top-15 na Lombardia... Nesta lista, é acender uma velinha.
600:
- Mathias Vacek — Época uns furos abaixo do que esperava, mas tem pernas para esta concorrência. É fechar os olhos e fingir que está na Figueira.
400:
- Alex Baudin — Nas últimas três edições, duas foram ganhas pela EF (e a que não foi, ganhou o Rui Costa que se juntou na semana seguinte). Se acreditam em padrões japoneses, esta é do Baudin.
- Louis Barré — É mandar à parede e ver se cola. Uma das minhas pancadas desta época, levei 9 vezes. E esteve em 10 "melhores equipas" este ano: pena que não coincidiram com as minhas.
- Michael Matthews — Tem-se portado muito bem nas clássicas de outono. A este preço e a correr no seu fuso horário, é obrigatório.
- Mauro Schmid — O campeão suíço tem jeito para os ataques tardios que costumam dar vitórias na Japan Cup.
200:
- Afonso Eulálio — Já só falta escolher oito.
- Georg Steinhauser — A mesma lógica do Baudin, mas em mau.
- Felix Engelhardt — Na forma do verão, imperdível. O outono está-lhe a correr pior. Fez 2.º em 2023.
- Carlos Verona — E se o meu Verona não acabou?
- Julien Bernard — Alerta, fantasistas: pontuou nas últimas três edições da prova. Pode ser Pinazzi toda a época, mas no Japão é herói acessível.
- Alessandro Fancellu — Corre por equipa japonesa. Vencedor da Volta ao Japão, que venceu numa etapa em circuito. Só não leva quem não quer.
- Mathys Rondel — É mais de subidas puxadas que circuitos, mas tenho o feeling que vai ser uma boa surpresa.
- Ion Izagirre — Pontuou nas últimas 5 provas que fez, mas sempre abaixo do top-10. Pontos estilo ramen: se der sopa, ele vale a massa.
- Kyrylo Tsarenko — Joker de luxo por dois motivos: venceu a GC do Tour de Kyushu, numa etapa de perfil semelhante a este; já compete no Japão há umas semanas, por isso o jet lag não é um problema.
- Simon Carr — Será que consegue fazer 8 DNF de seguida?
- Benjamín Prades — O espanhol mais japonês do ciclismo. 41 anos, a correr há 11 por equipas do Japão. Candidato ao top-20.
- Rein Taaramäe — A lenda do ciclismo estónio até se tem safado bem na reta final da carreira. Mas aqui a concorrência é outra. Obrigado, lenda.
- Zac Marriage — Há uma piada recorrente no falso plano de que menciono sempre este ícone do TT australiano. Cá está ele. Talvez o deixem ir para a fuga, a única coisa que a Israel consegue libertar.
- Simone Gualdi — Apontem já: para o ano, vai ser grande.
- Elliot Schultz — Há quem pense que os esforços da Victoire Hiroshima vão estar em Dyball, mas esqueçam: esta é para o Schultz. Já estão a ver o nível desta corrida, não estão?
- Hayato Okamoto — Foi o melhor japonês em 2024 (fez 14.º), mas os resultados desta época não inspiram confiança. Acho sushipeito.
- Sohei Kaneko — Seleção japonesa. Tem vitórias interessantes nas provas nacionais. Ganhe ou perca, a família dele vai sempre levar o Kaneko para casa.
Código da liga falso plano: FALSOPLANO
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